Fonte: Jornal Extra
Depois de anos desvalorizado, o mercado de imóveis na Ilha do Governador começa a dar sinais de retomada. Um estudo do Secovi Rio (Sindicato da habitação) mostrou que o valor do aluguel no bairro teve aumento de 8,52% entre setembro e outubro deste ano: maior variação entre os bairros pesquisados. Cresceu 3,56% entre outubro de 2015 e o mesmo mês deste ano.
— A Ilha sofreu muito nos últimos anos com a questão de violência, então teve uma desvalorização muito forte — analisa o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider.
Alexandre Parente, vice-presidente da Administradora de Imóveis Renascença, confirma esta movimentação no bairro. Ele diz que os imóveis ofertados são rapidamente alugados e, que no momento, está observando uma pequena queda na disponibilidade das casas.
— O empreendimento que faz sucesso na região é aquele voltado para classe média, de 1 e 2 quartos — revela.
Já em relação às vendas, o levantamento do Secovi, mostrou que ficaram praticamente estável: teve variação de 0, 57% entre outubro e setembro deste ano. E crescimento de 1,89% entre outubro do ano passado e o mesmo mês do ano passado.
Segundo o índice Imovelweb de outubro, o valor médio do metro quadrado para venda de imóveis na Ilha ficou em R$ 4.803, abaixo da média do Rio, que é de R$ 6.225.
O mercado imobiliário está aquecido na Ilha, acredita o diretor geral da Brasil Brokers no Rio, Josué Madeira. Focado em vendas, ele diz que o bairro tem apresentado bons resultados este ano, especialmente no Jardim Guanabara.
— A Ilha é um bairro diferente. Quem mora lá não quer sair. Os pais criam seus filhos, que casam e querem continuar a viver no bairro — afirma ele.
A professora Ana Carolina Pereira, de 27 anos, é um exemplo. Ela está procurando um apartamento para alugar na Ilha porque ficou noiva.
— Sempre morei na Ilha, trabalho no bairro, então gostaria de um imóvel por aqui. Dentro do que estamos procurando, achamos os preços bons — afirma.
Outra peculiaridade faz com que as grandes construtoras não direcionem seus investimentos para a região. A restrição a grandes projetos verticais por causa da proximidade do aeroporto é o principal deles.
— Não são permitidos empreendimentos altos e não há variedade de terrenos grandes. Há pouco espaço para crescer porque são poucos terrenos vazios — lembra Parente.