Fonte: Zero Hora
Além de economizar cerca de R$ 190 milhões por ano com a extinção de 12 órgãos da administração, o Piratini pretende vender o patrimônio dessas instituições para fazer caixa. Prédios e terrenos poderão ser repassados à iniciativa privada em troca de vagas no sistema carcerário ou em área construída. Já máquinas e equipamentos atualmente usados por TVE e Corag, por exemplo, serão leiloados.
— Todos os bens móveis e imóveis serão revertidos para o Estado. Ainda vamos definir como fazer isso — afirma o secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo.
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Um dos principais idealizadores do pacote de medidas anunciado na segunda-feira, Búrigo ainda não fez um cálculo do montante a ser arrecadado com a liquidação do aparato estatal. O secretário diz que precisa aguardar a apreciação dos projetos de lei protocolados ontem na Assembleia Legislativa antes de partir para a ação.
Além da venda, outra alternativa em estudo é usar algum desses prédios hoje ocupados pelas empresas em vias de extinção para abrigar servidores de órgãos que não têm sede própria. A expectativa é reduzir os gastos com aluguel, que atualmente consomem R$ 50 milhões por ano. Todos esses procedimentos, porém, só serão definidos em 180 dias.
Nesse período, o governo também pretende redesenhar o arcabouço administrativo. Por enquanto, o Piratini decidiu que o trabalho de algumas fundações, como FEE, Fepagro e Fepps, terão continuidade. O Piratini entende que as pesquisas desenvolvidas são relevantes para o Estado. Contudo, a ideia é que, a partir do enxugamento das estruturas, os estudos passem a ser conduzidos por equipes reduzidas, dentro de departamentos vinculados a secretarias de suas respectivas áreas.
— A Fepagro tem trabalho importantíssimo e seus servidores, estabilidade. Na Fepps e na FEE, a situação é semelhante. Vamos manter as pesquisas, extinguir cargos em comissão e buscar uma gestão mais eficaz — diz Búrigo.
Em pelo menos seis órgãos, a projeção é de encerramento das atividades. TVE-FM Cultura, Zoobotânica, FDRH, Corag e Cientec são consideradas completamente desnecessárias pelo governo. A avaliação é que a penúria financeira do Estado não permite a manutenção de emissoras de rádio e TV, de um zoológico, museu e jardim botânico, tampouco de uma gráfica e uma empresa de estudos tecnológicos e outra de concursos e estágios.
Alguns programas da Cientec serão tocados pela Secretaria de Desenvolvimento. Já as estruturas da Zoobotânica serão repassadas à iniciativa privada ou a alguma universidade. TVE e FM Cultura devem reproduzir a programação de emissoras do governo federal enquanto seus equipamentos não forem leiloados. Já a Superintendência de Portos e Hidrovias será absorvida pela administração do porto de Rio Grande. Outros três órgãos sofrerão drástico esvaziamento: Metroplan, Instituto Gaúcho da Tradição e Folclore e Agência de Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento.
— Vamos fazer um enfrentamento. De um lado quem quer o Estado do jeito que ele está, do outro quem deseja fazer a despesa caber dentro da receita e garantir recursos para o que é essencial: saúde, segurança, educação, infraestrutura e assistência social. O mundo evoluiu e o Estado também precisa evoluir — justifica Búrigo, diante da resistência dos funcionalismo às mudanças anunciadas.
Confira a situação de cada uma das estruturas que podem ser extintas