Fonte: DC
O crescimento habitacional em Chapecó deu um salto no último ano. O município recebeu 7.556 novos imóveis em 2016, o que corresponde a uma média de 20 por dia, incluindo os terrenos vazios e construídos. Os dados foram revelados pelo setor de tributação da prefeitura de Chapecó, que emite neste ano cerca de 100 mil carnês de IPTU, um aumento que se aproxima de 10% em relação ao ano anterior.
De acordo com Dirceu Miotto, diretor de tributos da administração municipal, foram mais de 30 prédios construídos e legalizados em 2016, além de 8 novos loteamentos, cada um com uma média de 500 terrenos.
— Isso também é reflexo de construções de anos anteriores, já que um prédio não se constrói em pouco tempo. Além disso, os condomínios do Minha Casa Minha Vida que foram finalizados, cada um com uma média de 400 ou 500 unidades. Tudo isso soma — relata Miotto.
Entre os motivos que possam justificar o aumento, a prefeitura aponta a fiscalização de cadastro imobiliário e os casos de regularização fundiária, que evitam que imóveis sejam construídos ou permaneçam na informalidade. Além disso, o fluxo de novos habitantes, já que Chapecó possui universidades públicas e privadas, e as divisões de famílias, quando jovens decidem sair da casa dos pais.
— A cidade é um bom lugar para investir. As pessoas têm optado por comprar do que alugar em muitos casos — afirma Miotto.
Demanda por crescimento
Com o aumento no número de imóveis, aumentam os desafios. O crescimento de loteamentos demanda infraestrutura, como iluminação, asfalto e abastecimento de água. Cresce também a demanda por coleta de lixo e mobilidade urbana.
Em relação aos novos loteamentos, a professora de Arquitetura e Urbanismo da Uceff Faculdades Tania Salvador avalia a importância da infraestrutura no seu entorno. Isso inclui a criação de novas ruas, além da previsão de novos colégios, creches e unidades de saúde e sanitárias. Além disso, a professora, que também é especialista em planejamento urbano, reitera a necessidade de um bom transporte público.
— O problema das cidades grandes é que elas não são pensadas para o pedestre e sim para os carros. E em nossa cidade não é muito diferente, e é isso que temos que pensar ao falar em novos loteamentos — orienta.
Em relação aos novos prédios em áreas centrais, a arquiteta reforça a importância de estudos de impacto de vizinhança. O estudo, de acordo com Tânia, leva em conta tanto problemas de mobilidade quanto eventuais alagamentos, por exemplo.
— Por que as cidades alagam? Impermeabiliza-se tudo e não se propõe um serviço de trabalho, propondo a escoação de chuva — critica.
Por fim, a especialista comenta que os cuidados não devem ser vistos como impedimentos para construir ou crescer. A recomendação é que estudos sejam feitos antes de qualquer nova construção, a fim de evitar problemas futuros.
— O empreendedor deverá propor medidas para compensar os impactos de novas construções — conclui.