Fonte: Bem Paraná

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) trabalha nas obras de pavimentação e drenagem do projeto de urbanização da Vila Acrópole, área de ocupação a 9,5 km do Centro, no bairro Cajuru. O cronograma das obras – fundamentais para garantir a qualidade de vida de quatro mil pessoas e a recuperação ambiental de uma área de preservação às margens do Rio Atuba – sofreu atraso de oito meses.

Por determinação do prefeito Rafael Greca, as ações ganharão reforço para serem concluídas até julho, dentro do prazo previsto no projeto. “A reurbanização desta área está mudando para melhor a vida das pessoas, mas foi preciso regular a qualidade dos serviços e o cronograma das obras”, diz o prefeito.

Também foi assegurado e terá início nas próximas semanas, o trabalho para recuperação ambiental de 12.083 m² de área cuja vegetação nativa foi degradada devido à ocupação irregular. “Foi necessário priorizar ações e recursos para equacionar os atrasos decorrentes de problemas técnicos enfrentados em algumas obras”, explica o presidente da Cohab, José Lupion Neto.

Atraso no repasse de recursos também comprometeu a execução de serviços que começaram em 2014 e deveriam estar próximos da conclusão. “Buscamos alternativas para equacionar os problemas que poderiam comprometer o prazo previsto para a finalização, que fica mantido para julho, conforme estabelecido no projeto”, diz Lupion.

Projeto

O projeto da Vila Acrópole é composto por três frentes: reassentamento de 192 famílias que viviam de forma irregular em área de preservação, em total precariedade; obras de infraestrutura e recuperação de áreas degradadas e regularização fundiária com aprovação e titulação de lotes (quando há condições de habitação).

Os recursos para execução do projeto são da ordem de R$ 17,6 milhões, provenientes de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com contrapartida no valor de R$ 2 milhões, do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).

Cronograma

Até o momento, máquinas e equipes trabalharam para pavimentar e asfaltar 2.457 metros de vias, o equivalente a 46,36% do previsto. A execução da drenagem avançou um pouco mais, são 3.377 metros de tubulação assentada, ou 52,84% do total necessário.

A implantação de redes de água e esgoto foi de 17,45% com 1.403 metros executados.  “Será preciso trabalho intenso de agora em diante para adequar a execução das obras ao cronograma determinado no projeto”, diz o diretor técnico da Cohab, Mauro Kugler.

A ação que mais avançou dentro do projeto foi a construção de novas moradias para famílias que viviam beira do rio ou em áreas de alagamento, em casas erguidas com materiais inadequados, como chapas de compensado e lonas, sem rede de água, esgoto e energia. Das 192 moradias previstas no projeto, 128 foram entregues nos residenciais Alamanda, Jardim Acrópole, Irati e em terrenos dentro da vila, em condições de serem habitados.

Para a conclusão do reassentamento das famílias cadastradas no projeto falta a conclusão de 46 sobrados – destes, 22 estão em execução e outros 24 precisam ter a liberação de área para o início da construção.

Outro fator com impacto no cronograma das obras de urbanização da Vila Acrópole é a resistência de algumas famílias em deixar a área ocupada irregularmente. Nestes casos, o serviço social da Cohab tem atuado preparando as famílias para a transferência, pois somente após a desocupação das áreas é que a Cohab poderá iniciar a limpeza dos terrenos, dar sequência à abertura de ruas, pavimentação, implantação das redes de água e esgoto.

O trabalho de recuperação ambiental prevê o plantio de 10.528 m² de grama; 3.021 mudas de árvores, ciclovia de 1.016 metros; parquinho infantil. Serão construídas três canchas de areia para futebol e cinco áreas de estar para o convívio das famílias, com pavimento e bancos de madeira.