Muita gente não sabe, mas mesmo depois de firmado contrato de financiamento habitacional com um banco é possível transferir a dívida para outra instituição financeira, desde que o pedido seja feito pelo comprador. Mas quando isso se torna viável? Essa é questão a se discutir.
Com o anúncio da Caixa Econômica Federal da redução de até 1,25 ponto porcentual das taxas de juros de crédito imobiliário, pode ser uma boa alternativa negociar. “Com a queda dos juros, surge para o mutuário a oportunidade de mudar de instituição financeira e buscar uma taxa mais atraente”, conta o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa.
Arcar com os custos da eventual mudança e não olhar apenas para as taxas pode resultar em uma economia que ultrapassa os R$ 60 mil. “Vale lembrar que parte da parcela paga refere-se a juros que são pagos à instituição. Logo, se há possibilidade de obter uma nova taxa mais atraente, obviamente haverá uma prestação mais baixa e mais acessível”, completa Vinícius Costa.
Para se ter uma ideia da economia que pode ser feita, o presidente da ABMH explica como é realizado o cálculo dos juros. “Quando falamos em portabilidade do financiamento, devemos observar, principalmente, taxa de juros, e a razão disso é bem simples: basta multiplicá-la pelo tempo de contrato para saber o que isso vai representar de lucro para a instituição financeira durante o período de vigência do contrato.”
De acordo com Vinícius Costa, não existe disposição em lei que imponha um limite máximo de juros a serem cobrados pelas instituições para financiamentos habitacionais, por isso é que se tem uma taxa flutuante que varia de banco para banco. “Também pesa nesse quesito o perfil do mutuário e os pontos (score) que ele possui com a instituição financeira. Logo atrás vêm os seguros, que, em alguns casos, pode representar um percentual bom na parcela e a taxa de administração.”
Portanto, aos mutuários que não se sentem satisfeitos com a taxa de juros que pagam este é o momento de buscar novos ares. “O mercado está favorável a esta pesquisa e uma melhor condição poderá ser apresentada dependendo do contrato que foi fechado anteriormente”, finaliza o presidente da ABMH.