Que a aquisição de um imóvel é o sonho de quase todo brasileiro isso não se discute. Mas qual é o momento certo para comprar um imóvel? Considerando a possibilidade de se obter descontos, a atual conjuntura econômica de instabilidade e recessão tende a privilegiar o consumidor.
De acordo com Vinícius Costa, presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), a lei da oferta e da procura se amolda muito bem ao mercado imobiliário. Quanto maior a oferta, mais baixo tende a ficar o preço do produto. Quanto maior a procura, mais o preço tende a aumentar. “Inúmeros fatores interferem diretamente no preço dos imóveis, porém dois especificamente são capazes de ajudar o consumidor na hora da compra: o grande número de imóveis à venda e as condições de financiamento dos bancos”, conta.
Vinícius Costa observa que ainda existem muitas unidades em construção ou como estoque de construtoras ou de investidores. Quando se tem uma oferta expressiva de imóveis, a tendência é que o negócio seja bom para o comprador, pois o construtor e o investidor não querem deixar seu capital imobilizado. “Por isso é que quando surge uma oportunidade de venda, melhor é vender com um lucro menor e ter o dinheiro na mão, a permanecer com o capital imobiliza do no imóvel e, em alguns casos, dando até prejuízo com pagamento de condomínio e IPTU.”
O cenário de recessão também pode facilitar a possibilidade de concessão de financiamento. Nesse caso, os bancos podem adotar políticas que privilegiam entradas menores e taxas de juros mais atraentes. “Assim, uma parte da população que poupou pouco, ou que tem a possibilidade de adquirir um imóvel melhor, passa a ver com bons olhos a possibilidade de compra. Recentemente, a Caixa alterou sua política justamente com a intenção de angariar novos clientes”, lembra o presidente da ABMH.
Outros fatores como a própria economia e a estabilidade no emprego influenciam bastante na opção por adquirir um imóvel novo, e se aliadas a uma grande quantidade de oferta de imóveis com condições benéficas de financiamento, a tendência é que o mercado melhore. “Contudo, enquanto todos esses fatores não se alinham, construtores e investidores se apegam aos consumidores aptos no mercado e aceitam diminuir sua margem de lucro para poder fazer a venda”, observa Vinícius Costa.