Fonte: Jornal de Beltrão

Em 2015 e 2016 houve queda no volume de financiamentos imobiliários feitos pelas instituições financeiras em todo País. No entanto, segundo o gerente da agência central da Caixa Econômica Federal de Francisco Beltrão, Laurici Campos, o setor vem apresentando significativa melhora nos últimos meses. No segundo semestre do ano passado, o banco financiou, localmente, cerca de 200 contratos com um investimento de R$ 20,2 milhões. “Deste total, em torno de R$ 14 milhões foram só em dezembro, mostrando que houve um incremento expressivo no final do ano no setor de habitação”, informa.

A linha de crédito mais acessada é o Minha Casa Minha Vida que teve novidades anunciadas nesta semana. O limite máximo de renda familiar para aderir ao programa aumentou de R$ 6,5 mil para até R$ 9 mil, na faixa 3. Para municípios como Francisco Beltrão, o limite máximo financiável subiu de R$ 130 mil para R$ 140 mil.
Segundo o gerente, há muita dificuldade para enquadrar imóveis no município por causa dos altos valores dos terrenos. “Os construtores acabam construindo casas geminadas em áreas da periferia da cidade ou então pegam o terreno e constroem pequenos prédios, para comercializar apartamentos.” O Minha Casa Minha Vida já beneficiou cerca de 12,3 milhões de pessoas com a entrega de mais de 3,07 milhões de moradias em todo Brasil.
Segundo Laurici, a vantagem do Minha Casa Minha Vida é o subsídio e a taxa de juro mais baixa. A fonte de recursos é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Mas os interessados que não se enquadrarem na renda do programa ou quiserem financiar um imóvel usado (Minha Casa Minha Vida é só novo) podem acessar outra linha de crédito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPH), que utilizar recursos da caderneta de poupança. Em Francisco Beltrão, dos R$ 363,93 milhões aplicados na habitação, 92,9% (R$ 341,50 milhões) são recursos da Caixa Econômica Federal. Em todo o País, a instituição detém cerca de 60% do mercado, mas nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná é mais de 90%.

Efeitos da crise
No ano passado a agência central da Caixa de Beltrão retomou seis imóveis em virtude da inadimplência. Laurici disse que há alguns anos isso não acontecia no município. Ele falou que com 60 dias de atraso o banco já pode entrar com o processo de consolidação da propriedade através do cartório, ou seja, é extrajudicial, e com cerca de 30 dias já é possível reaver o imóvel que foi financiado.
Depois disso, a Caixa encaminha para leilão e com o dinheiro arrecadado são quitadas a dívida e demais despesas e o que sobrar devolvido para quem financiou. “Na alienação fiduciária, a mesma que é feita com o carro quando é financiado, a pessoa tem a posse, mas não tem a propriedade. É um mecanismo muito eficaz para retomar o bem caso as parcelas não estejam sendo pagas, por isso mesmo que o índice de inadimplência atualmente é muito baixo, em torno de 1%, demonstrando que os compradores estão fazendo um esforço para não deixar atrasar as parcelas do seu imóvel”, conta Laurici.

Novas faixas do programa
A faixa 1,5 do MCMV, que delimita o perfil de renda familiar, passou de R$ 2.350 para R$ 2.600, com faixa de juros mantida em 5%. Já a faixa 2 contempla rendas de R$ 2.600, R$ 3 mil e R$ 4 mil, com juros de 5,5%, 6% e 7%, respectivamente. Por fim, a faixa 3 tem perfil de renda de R$ 7 mil (com juros de 8,16%) e um novo perfil, de R$ 9 mil, com taxa de 9,16%. Todas as taxas de juros foram mantidas, mesmo com a mudança dos perfis de renda. A faixa 1 permanece com o limite de R$ 1.800, direcionado às famílias mais pobres e com subsídios do governo.