Fonte: Ademi

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem um pacote de medidas de estímulo à compra da casa própria, para atrair um número maior de clientes, reduzindo os juros e ampliando o limite de financiamento. Seguindo o recente corte na taxa básica (Selic) pelo Banco Central, de 14,25% para 14% ao ano, os juros do crédito imobiliário serão reduzidos em 0,25 ponto percentual. Com isso, para clientes da Caixa, as taxas cairão para até 9,75% ao ano. Além disso, a instituição aumentou o limite de financiamento da casa própria, de 80% para 90% do valor do imóvel, para mutuários que aceitarem receber salário pelo banco, disse ao GLOBO o vice-presidente do banco, Nelson de Souza.
A redução da taxa em 0,25 ponto é aplicável a todos os clientes, que financiarem imóveis novos ou usados, enquadrados no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), independentemente de seu relacionamento com a Caixa.
Mas quem adquirir imóveis novos ou na planta, cuja construção foi financiada pelo banco, e optar por receber o salário pela Caixa terá taxas especiais, iguais às oferecidas a servidores públicos. Nesse caso, os juros passarão dos atuais 11,22% para 9,75% ao ano, para imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), ou seja, de até R$ 750 mil nas principais capitais e R$ 650 mil nas demais cidades. Para imóveis mais caros, enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), a taxa cairá de 12,5% para 10,75% ao ano nessas condições.
A Caixa ainda diminuiu o limite mínimo de financiamento no SBPE, de R$ 100 mil para R$ 80 mil. A medida, segundo a instituição, busca atender ao mercado de imóveis mais baratos e vale para novos e usados, dentro do SFH e SFI.
Souza informou ainda que, em janeiro do ano que vem, será adotado um sistema de bônus para clientes com notas altas pela avaliação da Caixa. Ontem, a instituição anunciou mecanismo semelhante para as empresas, chamado de taxa segregada por rating, para beneficiar as companhias com alto índice de relacionamento com o banco. As empresas poderão ter um bônus de até 1,5 ponto percentual na compra de imóveis. Para aquelas com rating A, a taxa deve variar de 12,5% a 11% ao ano. No caso das que têm rating B e C, as taxas mínimas chegarão a, respectivamente, 11,5% e 12%.
As pessoas jurídicas também foram beneficiadas com a redução dos juros na compra de imóveis. A Caixa baixou a taxa em 1 ponto percentual, em todas as faixas de relacionamento. Os juros para pequenas e microempresas cairão de 14% para 13% ao ano. No caso das médias e grandes, a taxa recuou de 13,5% para 12,5% ao ano.
 
FINANCIAMENTO A EMPRESAS
Souza disse também que o banco está em ritmo acelerado de execução e deve emprestar os R$ 93 bilhões projetados para este ano. Além disso, a Caixa, para incentivar o reaquecimento do setor, dará incentivos maiores à construção civil. Ele informou que a construtora poderá pegar um financiamento total que inclua até parte da obra que já tiver sido concluída com capital próprio. O dinheiro será usado como fluxo de caixa. O mesmo acontecerá em casos de obras com o cronograma acelerado.
“O objetivo é contribuir para a alavancagem de vendas de imóveis novos de construtoras parceiras e, consequentemente, atrair novos clientes para a instituição”, afirmou a Caixa em nota.
No caso de empreendimentos financiados pelo banco, o prazo de construção passou de 24 para 36 meses. A Caixa ainda deu carência pós-obra de um ano, garantiu a utilização da tabela Price nos contratos de produção e abriu a possibilidade de acréscimo de 25% sobre a obra a executar.