Fonte: G1

 

Há meses famílias ocupam casas populares do Residencial Salvação, conjunto habitacional do programa “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, em Santarém, oeste do Pará. Segundo um levantamento feito a partir de denúncias, ao menos 40 casas foram ocupadas de forma irregular.

De acordo os moradores, as irregularidades também correspondem a venda ilegal de unidades habitacionais, aluguel e abandono de casas e até mesmo situação de pessoas que ganharam as casas, doaram ou colocaram outras pessoas para morar. Em Santarém, foram construídas e entregues 3.081 casas e algumas delas não possuem beneficiário.

Enquanto as casas são ocupadas por famílias, outras estão sem morador beneficiado pela Caixa. Uma dona de casa, que preferiu não se identificar, relatou ao G1 que foi despejada do aluguel depois que ela e o marido ficaram desempregados. Para sair do sufoco, ela, o esposo e os cinco filhos foram morar com a irmã – beneficiada com o programa – em uma única casa no Residencial Salvação.

A dona de casa disse ainda que fez cadastro no programa, mas não foi contemplada. “Tivemos que vir para a casa da minha irmã. A revolta maior é porque nós sabemos que aqui no residencial tem pessoas que tem casas, tem casas fora, que não precisam e ganharam, enquanto tem pessoas por aí que estão precisando, como nós”, disse.

“Estamos aqui precisando, enquanto tem pessoas por aí que não precisam e estão ocupando as casas”, disse a dona de casa.

A moradora relatou ainda que famílias inteiras estão se apropriando de forma indevida, ou seja, sem a autorização da Caixa ou Prefeitura, por pessoas que não foram contempladas. Outros imóveis estão sendo usados como esconderijo para bandidos e outras para abrigo e consumo de drogas. Para entrar nas casas, algumas famílias contratam até chaveiros para substituir as fechaduras.

Outra moradora, que também pediu para não se identificar, disse que situação tem ocasionado desentendimentos. No começo do mês de abril, um homem invadiu a casa nº 14.058, na rua Biguá, entre rua Cardeal e rua Pardal. A moradora disse que ele arrombou a fechadura e colocou seus pertences e que a casa pertencia a um senhor que foi fazer tratamento de saúde em Belém.

Prefeitura

A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seminfra), não informou a quantidade de casas ocupadas de forma irregular, mas declarou em nota que 300 casas ainda estão desabitadas no Residencial Salvação.

A nota diz ainda que a Caixa Econômica Federal deve retomar no prazo de 15 dias os contratos do Residencial Salvação e chamará os novos contemplados. Ainda segundo a nota, a avaliação dos cadastrados para a aquisição da moradia é feita pela Caixa Econômica Federal.

Qualquer reclamação ou denúncia sobre os imóveis é necessário encaminhar ao prédio da Coordenação do PAC Social, na avenida Cuiabá, bairro da Liberdade, que será encaminhada à coordenação na Caixa Econômica.