Segundo divulgado pelo Banco Central na última semana, a taxa de juros para os financiamentos habitacionais firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) será de 12,0000% ao ano e a correção do saldo devedor se manterá no patamar de 0 ponto percentual. Mesmo com o anúncio do Banco, tal percentual não será, necessariamente, o padrão empregado pelas instituições financeiras.
A justificativa para isso é que a taxa de juros possui fatores variáveis que vão influenciar para mais ou para menos na hora da contratação, conforme o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Pontos como relação cliente/banco e score do cliente, por exemplo, vão contar mais na hora de obter uma taxa de juros mais atraente”, aponta. Score é a pontuação interna pela qual são mensurados os riscos de investimento para concessão de crédito.
De acordo com Vinícius Costa, o financiamento habitacional é um produto muito interessante para as instituições financeiras porque o empréstimo possui uma garantia de pagamento muito sólida que é o imóvel. “Raramente o banco terá prejuízo em uma eventual inadimplência, por isso é que tanto as instituições particulares quanto as instituições privadas têm investido nesse setor. Na hora de financiar, caberá então ao mutuário buscar a instituição que lhe apresente as melhores condições”, justifica.
Para começar vale tentar com o banco cujo mutuário já tenha relacionamento, segundo o presidente da ABMH. Por já ter um histórico junto ao banco, pode ser que a proposta de financiamento seja interessante do ponto de vista econômico. Uma boa relação com a instituição e uma pontuação interna (score) alta podem ajudar a conseguir uma taxa de juros mais baixa. “Nessa relação, o banco levará em conta o quão bom pagador é o mutuário e qual o risco desse negócio vir a se resolver por inadimplência. Quanto menor o risco para a instituição, menor a taxa de juros, quanto maior o risco, maior a taxa de juros.”
Vinícius Costa também diz que não se pode descartar uma simulação junto aos bancos públicos. “Normalmente eles apresentam taxas de juros mais interessantes que os bancos privados, além de possuírem linhas diferenciadas de financiamento, como ocorre com a Caixa Econômica Federal.”
Independentemente dos padrões apresentados pelo Banco Central, o presidente da ABMH aconselha que o mutuário deve sempre pesquisar bastante antes de fechar um financiamento habitacional, isso porque trata-se de um contrato que pode durar até 35 anos, ou seja, um negócio mal feito hoje é um negócio mal feito para vida inteira.