Apesar de o ano de 2018 não ter sido um dos melhores para o setor imobiliário, espera-se que 2019 seja bem mais favorável para quem for investir neste setor. Mas para se fazer uma avaliação concreta nesse sentido, uma série de fatores devem ser levados em consideração, já que a análise das operações imobiliárias é demasiadamente complexa.
Para Vinícius Costa, presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), ter indícios da estabilização da economia e do desemprego são bons sinalizadores de que o mercado imobiliário também responderá positivamente em um futuro curto. “Mas, além desses fatores, caberá ainda verificar como as instituições financeiras responderão em termos de regras de financiamento. Dizemos isso por dois simples fatores: quanto poderá ser liberado de financiamento e qual a taxa de juros aplicada para essas operações?.”
Na grande maioria dos casos em que se investe na aquisição de um imóvel tem-se a participação de um banco ou outra empresa como agente financiador. “Podendo chegar a 400 meses, o financiamento habitacional consiste no empréstimo de dinheiro para o adquirente, transação pela qual as instituições financeiras recebem em troca juros para remuneração do capital e o imóvel em alienação fiduciária como garantia do pagamento da dívida”, explica Vinícius Costa.
Para que o mutuário possa honrar com esse compromisso, é preciso que o mercado de trabalho não sofra instabilidade e que sua remuneração não sofra quedas. “Além disso, é necessário que a economia se mantenha estável para que a dívida não aumente fora da curva, ou seja, fatores extrarrelação contratual são bastante preponderantes para manutenção do negócio”, conta o presidente da ABMH.
Some-se a isso uma possível influência do mercado das locações. Quando se retira unidades aptas à venda colocando-as no mercado de aluguel, esse procedimento interfere na oferta e procura, aumentando o preço das unidades. A tendência é que comprador tenha que poupar mais para dar uma entrada melhor ou mesmo comprar à vista, ou que passe a receber uma remuneração maior para que possa ter condição de pagar uma parcela mais elevada do financiamento que será mais alto.
Por isso, Vinícius Costa afirma que os fatores não devem ser analisados de forma separada, mas sim como complementares. “Tudo aquilo que influencia diretamente no mercado imobiliário se apresenta como cíclico e está interligado. Se um determinado aspecto da economia vai mal, a tendência é que outro fator infuenciador também seja afetado e com isso as dificuldades de o mercado imobiliário reagir são maiores. Contudo, se o um fator apresenta melhora considerável, o otimismo acaba influenciando no aumento dos negócios imobiliários.”