Fonte: Extra
BRASÍLIA – Até o início de março, a União e o Distrito Federal instalarão no Paranoá, região administrativa de Brasília, um projeto piloto de retomada de imóveis do Minha Casa Minha Vida invadidos. O projeto inclui também a melhoria das unidades que não tenham estrutura de serviços suficiente para garantir qualidade de vida aos moradores. Essas situações se reproduzem pelo Brasil, principalmente nos condomínios maiores. O projeto poderá ser estendido a todo o país.
De acordo com a secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Maria Henriqueta Arantes, o projeto que será colocado em prática no conjunto Paranoá Parque vai envolver diversos órgãos, de segurança, meio ambiente, saúde e educação, entre outros, para levar desenvolvimento ao local. Se bem-sucedido, será seguido de ações por todo o Brasil, como forma de o governo recuperar as unidades e também a imagem do programa Minha Casa Minha Vida.
— Vamos levar esse projeto para todos os conjuntos habitacionais. Quem estiver ocupando de forma ilegal vai para a rua — disse Henriqueta.
Edilene Bernardo de Almeida, empregada doméstica moradora do Paranoá Parque, resume a situação no conjunto habitacional:
— O apartamento é ótimo, mas não tem escola aqui perto, não tem posto de saúde nem polícia. Parte do que eu pagava antes de aluguel uso agora em transporte para as crianças estudarem.
A quinze minutos da área nobre do Lago Norte de Brasília, o projeto foi inaugurado em 2014 e quase todas as suas 5 mil unidades já estavam ocupadas no fim do ano passado. Mesmo assim, teve problemas de abastecimento de água e ainda não há praticamente nenhum equipamento público no bairro, como creche, escola ou posto policial.
No Paranoá Parque, onde o índice de inadimplência junto aos bancos é de 38% (a média no Brasil é de 35%), a ideia é desenvolver também um trabalho de conscientização sobre a importância de estar em dia com as prestações. Segundo Sévulo Peixoto, síndico de uma das quadras habitacionais, não foi bem explicado aos moradores que eles teriam que pagar condomínio, além da prestação do Minha Casa Minha Vida.
— Vamos fazer campanhas educativas e mostrar que é importante não ficar inadimplente — adiantou Henriqueta.
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