Fonte: Extra

O custo de vida no Rio para uma família que aluga um imóvel de dois quartos não sai por menos de R$ 1.500. A referência é de uma moradia no bairro de Bangu, na Zona Oeste da cidade. O cálculo foi feito pelo Sindicato de Habitação do Rio (Secovi Rio), a pedido do EXTRA, e leva em consideração a soma dos gastos com aluguel, condomínio e contas básicas, como água e luz (veja a tabela abaixo). No Leblon, na Zona Sul do Rio, os moradores pagam sete vezes mais (acima de R$ 10.600), especialmente por conta da valorização dos imóveis e das despesas elevadas com as taxas condominiais. Para o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, a inflação criou um efeito-cascata e encareceu a mão de obra e a prestação de serviços.

— O momento favorece o inquilino e permite a negociação de preços dos aluguéis, mas os reajustes salariais de categorias com base no índice de inflação deixou os trabalhadores “muito caros” para as empresas. Chama a atenção os altos custos dos condomínios, especialmente, em bairros da Zona Sul e da Tijuca — disse Leonardo.

Segundo cálculos do professor de Finanças do Ibmec/RJ, Nelson de Sousa, os preços dos aluguéis de imóveis padrão, no Rio, chegam a ser de 35% a 40% mais caros do que em São Paulo e no Distrito Federal.

— Apesar da crise, os valores dos imóveis e dos aluguéis ainda não cederam e variam muito de bairro para bairro. Já as prestadoras de serviços avaliam até que ponto as pessoas estão dispostas a pagar pelo serviço, e procuram maximizar o lucro. O morador da Zona Oeste, de um bairro como Campo Grande ou Bangu, procura a fidelização pelo custos e faz as contas para economizar — afirmou Sousa.

A estudante Larissa de Souza Arruda, de 25 anos, deixou Recife (PE) e mora no Rio há três anos. Ela ficou surpresa com as diferenças nos custos de vida.

— Ir a um barzinho aqui no Rio pode custar até três vezes mais do que se pagaria em Recife. O preço do aluguel também é bem mais alto. Meu namorado mora no Recreio, e impressiona como tudo lá é mais barato do que na Zona Sul.

Aluguel influencia preço

A variação de preços, nas diferentes regiões da cidade, é totalmente influenciada pela renda da população, ou seja, seu poder de compra. O nível de rendimento de um bairro da cidade determina a capacidade de consumo. No comércio varejista, por exemplo, fatores como valor de metro quadrado no bairro onde um estabelecimento está, preço do aluguel e cobrança de IPTU pressionam os gastos dos empresários, que acabam repassando os custos dos negócios aos clientes. Assim, é muito mais caro ir a um salão de beleza ou a um restaurante na Zona Sul do que usufruir do mesmo serviço na Zona Norte ou na Zona Oeste.

— O varejo entende a concentração de renda na cidade e precisa desses parâmetros para fixar seus preços. Um comércio na Zona Norte, por exemplo, não fixa preços altos porque senão não vende. Além disso, cobrar acima do que o consumidor pode pagar não é inteligente. Vai perder para a concorrência — avaliou o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV).


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