Visando aumentar o número de financiamentos habitacionais, a Caixa Econômica Federal, após anunciar uma nova modalidade de financiamento com correção pelo IPCA e juros remuneratórios de 4% ao ano, agora abaixa a taxa de juros em 1 ponto percentual (novas taxas ficam entre 7,5% e 9,5% ao ano) dos financiamentos vinculados à TR. A medida é muito boa para o mercado, pois atrai novos compradores, porém é um indicativo de que o mercado não está tão aquecido quanto se espera.
A lei da oferta e da procura se adequa bem ao mercado imobiliário. Quando a procura é baixa, para que os bancos possam reaquecer o mercado e conseguir novos clientes, a melhor medida é diminuir a taxa de juros e torná-la mais atraente para o consumidor investir seu dinheiro, como analisa o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “E é justamente isso que vem ocorrendo no mercado imobiliário para a Caixa. Com a redução da taxa média pelos bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander), para não perder novos clientes, outra alternativa não restou à instituição financeira senão adequar também suas taxas às praticadas no mercado”, completa.
O cenário imobiliário, na verdade, favorece bem esse fato, porque, com a queda na procura de novos financiamentos, a diminuição na venda de imóveis novos e usados, receio quanto à estabilização da economia e desemprego, o consumidor tende a ficar mais retraído quanto a assumir financiamentos a longo prazo. “Principalmente quando se trata de pagamento de juros que beiram 10% ao ano, que ao final podem representar pagamento de 200% ou mais do valor emprestado”, informa Vinícius Costa.
O presidente da ABMH avalia que, para o consumidor, é importante que haja a concorrência entre as instituições e mais possibilidades de escolha, já que isso traz para ele o poder de barganha nessa relação comercial que é um pouco complicada. “Havendo concorrência, obviamente que ganhará aquela instituição que apresentar, além de uma taxa de juros mais vantajosa, melhores condições de relação com o cliente. Por isso, antes de assinar qualquer contrato de financiamento, pesquise a instituição que lhe ofereça as melhores condições e se programe para um contrato de longo prazo”, finaliza.