A Caixa Econômica Federal e os principais bancos privados que atuam com financiamentos habitacionais anunciam aumento na taxa de juros. Apesar de não modificar os contratos já assinados, a medida vai impactar na concessão de novos financiamentos.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, o aumento era esperado, em razão da elevação da Selic para 10,75%. A Selic impacta diretamente na compra de imóveis, porque quanto mais alta ela está, maiores devem ser os juros do financiamento imobiliário. Isso ocorre porque quando a taxa básica de juros é aumentada, o crédito pode ficar mais caro.

Na Caixa, as taxas cobradas eram a partir de 7,25% ao ano mais TR. Agora, o percentual parte de 8% ao ano para os mutuários que optem por ter outro relacionamento com a instituição financeira (conta corrente, cartão etc) e para os financiamentos que contem com correção do saldo devedor pela TR. “Com relação a outros bancos, as taxas variam de 7,99% (Banco do Brasil) a 9,99% (Santander), todos com a correção do saldo devedor pela TR”, conta Vinícius Costa.

Conforme o advogado, para quem quer financiar, o impacto do aumento da taxa vai diretamente para o aumento da prestação, que, por sua vez, impacta no valor total que poderá ser liberado pelo banco. “Isso porque a prestação é baseada na capacidade de pagamento do mutuário (comprometimento de renda pela prestação). Para quem já financiou, a medida não tem qualquer impacto, pois a alteração da taxa de juros não pode atingir o negócio já firmado entre as partes.”