Quem tem interesse na aquisição de um imóvel novo deve ficar atento ao mercado. Com os indicadores demonstrando queda na quantidade de lançamentos, a tendência é que o preço da compra sofra um aumento, devido à lei de oferta e procura.
O volume de lançamentos imobiliários no Brasil foi de 48.554 unidades no primeiro trimestre de 2023, número 44,4% menor em relação aos últimos três meses do ano passado (87.315), como mostram dados divulgados no final de maio pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, a diminuição da oferta de imóveis novos é uma notícia muito ruim.
“Primeiramente, porque, havendo mais procura que oferta, imediatamente, o preço dos imóveis novos aumenta”, indica.
Em contrapartida, o advogado diz que o mercado de usados também acaba seguindo a mesma linha. “Pois aqueles que não conseguem imóveis novos passam a procurar por usados aumentando também a procura destes. Logo, a tendência é elevação dos preços.”
E a elevação do preço da compra também impacta diretamente nos financiamentos habitacionais. “Isso porque quanto maior o valor a ser financiado, maior deve ser a renda do comprador, maior será o valor da parcela e, consequentemente, mais juros serão pagos”, aponta Vinícius Costa.
Por isso, ele diz que é muito importante que se analise a situação do mercado antes de investir o dinheiro na aquisição de um imóvel novo.
“Mesmo que não seja comum uma queda drástica no valor de bem imóvel no Brasil, uma supervalorização decorrente da volatilidade do mercado pode impactar em uma revenda futura abaixo do preço de compra”, adverte.
O presidente da ABMH recomenda que, quem pode esperar uma maior estabilidade do mercado, com redução da oferta, pode buscar os consórcios. “Como forma de se programar para uma futura compra com taxas bem mais atraentes que um financiamento.”
Para quem busca esse mercado como meio de investimento, buscar leilões como alternativa a imóveis em construção também pode ser uma boa oportunidade, como aconselha o advogado.