Fonte: Extra
A casa própria virou sinônimo de dor de cabeça para muitos brasileiros. Hoje, 15,2% das pessoas com dívidas estão com prestações de imóveis atrasadas há mais de 30 dias, contra 5,6% no ano passado, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto GEOC, que reúne informações de 16 empresas de cobrança.
— Os números mostraram que os atrasos no pagamento das parcelas da casa própria são causados pelo aumento do desemprego e pela diminuição de renda. Muitas famílias usavam, para o financiamento, a soma das rendas de marido, da mulher e dos filhos. Quando uma dessas pessoas perde o emprego, o comprometimento (com a prestação) fica além do orçamento da família — explicou Jair Lantaller, coordenador da pesquisa.
O economista Nelson de Sousa lembra que o mutuário que atrasa três prestações já pode perder o imóvel:
— Tecnicamente, a pessoa só é dona da casa quando quita o financiamento. Mas vale lembrar que os bancos não têm interesse em retomar os imóveis para leiloar, ainda mais num momento como este. Então, estão predispostos a uma negociação melhor para ambas as partes.
De acordo com o professor de Finanças do Ibmec-RJ, o ideal é tentar um acordo:
— O primeiro passo é ver quanto pode pagar por mês e buscar informações, como saldo devedor e taxas cobradas. Mais preparado, o mutuário deve procurar a instituição e explicar a situação.
Veja como renegociar o crédito imobiliário
Banco do Brasil
A instituição não divulga dados sobre inadimplência, mas explica que os clientes podem renegociar, de forma simplificada e rápida, algumas condições dos contratos. É possível, por exemplo, alterar a data de vencimento das prestações e incorporar os valores vencidos a parcelas futuras. As transações são feitas nas agências.
Caixa Econômica Federal
O banco tem participação de 66,9% no mercado de crédito imobiliário e atingiu um índice de inadimplência de 2,03% nesta modalidade, no terceiro trimestre deste ano. Segundo a instituição, as renegociações de contratos contribuem para manter esse nível sempre abaixo da média de mercado. A Caixa afirmou que, apesar de previstas em contrato, as medidas legais de retomada do bem são adotadas apenas após o esgotamento das negociações com os clientes. Há duas possibilidades de renegociações de contratos em atraso. A primeira é recalcular o saldo devedor, incluindo as prestações em débito. Neste caso, o mutuário precisa pagar um valor de entrada e ter quitado, ao menos, 12 prestações. A taxa de juros e o prazo permanecem os mesmos.
Os consumidores que têm recursos em contas do Fundo de Garantia (FGTS) podem também usar seus saldos para o pagamento de até 80% das prestações pelo período de 12 meses. A alternativa vale para os consumidores cujos contratos tenham, no máximo, três prestações atrasadas. Os interessados podem encaminhar pedidos pelo site ou nas agências.
Bradesco
O banco avalia caso a caso e não divulga informações sobre taxas e prazos oferecidos aos clientes. Os interessados devem procurar atendimento diretamente em agências da instituição.