Fonte: CBN
Depois de dois anos de queda, o mercado imobiliário deve voltar a crescer, mesmo que discretamente, no ano que vem. Nesta semana, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a Abecip, lançou um novo índice para medir as variações nos preços dos imóveis no Brasil. O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial indica, por exemplo, que a média do valor deste tipo de imóveis caiu 2,3% no acumulado de 2016.
No entanto, os especialistas do mercado acreditam numa retomada do setor. O principal fator é a perspectiva da redução da taxa de juros pelo Banco Central, o que é fundamental para facilitar os financiamentos, como explica o presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho.
Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas, estão alinhados com o governo do presidente Michel Temer. Isso porque acreditam na aprovação de medidas que permitiriam uma taxa de juros mais baixa sem aumentar a inflação. Para Samuel Pessoa, pesquisador do IBRE, a Selic só poderia ser reduzida com segurança depois que o país adotasse novas políticas fiscais e aprovasse a Reforma na Previdência e a PEC do teto.
O processo de retomada da economia deve encarecer os imóveis. Por outro lado, quem precisa de acesso a um financiamento para ter a casa própria pode ter a vida facilitada por juros menores. Por isso, o professor Paulo Picchetti, também do IBRE e coordenador técnico do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial acredita que os compradores deveriam esperar essas condições no final do ano que vem ou começo de 2018:
Mas tem quem discorde dessa recomendação. Flávio Amary, presidente do Secovi, Sindicato no setor de Habitação em São Paulo, acha que a atual estabilidade no preço dos imóveis pode gerar boas condições para quem quer fazer a compra neste momento mais fraco do setor imobiliário.
O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial é uma nova ferramenta para a avaliação do mercado e vai ser divulgado uma vez por mês. O IGMI-R mede a variação nos preços dos imóveis do Brasil, considerando dados de mais de quatro mil cidades. Mas, justamente por isso, a média nacional pode ser bem diferente da realidade de cada município. A divulgação vai contar também com dados específicos das principais capitais do país.