A Caixa Econômica Federal prepara para ainda este mês a aprovação do aumento do prazo do financiamento vinculado à Casa Verde Amarela de 30 para 35 anos. A medida, que entrará em vigor a partir do dia 1º de setembro, tem como intuito facilitar a entrada de novos mutuários no programa e vai impactar no valor da prestação do financiamento, fazendo com que novas famílias possam suportar a prestação da casa própria.
O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, diz que a matemática do financiamento habitacional, nesse sentido, é mais simples de compreender. “Com o aumento do tempo de contrato, o mutuário terá mais tempo para amortizar/devolver o capital ao banco. Com isso, a parcela de amortização da sua prestação diminui, e consequentemente, a própria prestação também. Quanto mais tempo para devolver o dinheiro ao banco, menor é o valor da parcela que se paga.”
Segundo ele, para o mutuário, o que importa inicialmente é a diminuição da parcela, pois assim ela caberá dentro do seu orçamento familiar. “Para o setor da construção civil, a redução da parcela aumenta a oportunidade de venda, pois mais pessoas podem se candidatar à aquisição do imóvel.”
Porém, é importante destacar que o tempo de contrato também é diretamente proporcional ao quanto de juros você paga. Mesmo que, de acordo com Vinícius Costa, a sensação seja de uma parcela mais baixa, porque você vai ter uma amortização menor, em contrapartida, quanto mais tempo você demora para pagar a dívida, mais juros você paga. “A grosso modo, um financiamento com taxa de 5% ao ano em 30 anos representa um montante de juros equivalente a 150%. A mesma taxa de juros em 35, representa 175%. O que se diminui em amortização, aumenta em pagamento de juros.”
De toda forma, o presidente da ABMH destaca que o aumento no tempo de contrato para 35 anos, o que já existe em outras modalidades de financiamento é uma notícia boa que pode movimentar o mercado imobiliário. “Para quem pretende buscar o financiamento dentro dessa nova situação, é preciso tentar se organizar financeiramente para efetuar amortizações extraordinárias no contrato para diminuir a dívida e o que se paga de juros ao longo do tempo.”