O aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central e o descontrole da inflação são notícias nada animadoras para quem pretende adquirir a casa própria com auxílio de financiamento habitacional. Isso porque os impactos atingem todo o ciclo da operação imobiliária.

“Se pegarmos um imóvel que ainda será construído, o descontrole da inflação e o aumento da taxa básica de juros vão influenciar primeiramente no custo operacional desta construção. Isso quer dizer que o preço da unidade tende a ficar mais caro, pois os grandes pilares construtivos (material e mão de obra) passam a ficar mais caros também”, observa o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa.

Já para quem vai parcelar a construção deve ficar atento ainda não só ao preço mais alto da unidade, como também à correção da dívida com o construtor que. “Na grande maioria dos casos, esta correção se dá pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC) durante a obra e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) após o período de construção”, esclarece o advogado.

Para quem vai financiar imóvel construído ou não, novamente os dois pontos (taxa básica de juros e inflação) são muito importantes para dizer se o financiamento será mais caro ou não, segundo Vinícius Costa. “Nos contratos que dispõem sobre correção do saldo devedor pelo IPCA, o mutuário deverá ficar atento à elevação do índice em razão da inflação. Isso quer dizer que o saldo devedor será corrigido mensalmente por um índice consideravelmente alto, logo, a dívida com o banco tende a ser mais cara.”

Já a taxa básica de juros tem relação diretamente com a taxa de juros do financiamento. “O aumento desta segue o aumento daquela. Uma taxa de juros de financiamento mais alta impacta no valor da prestação e por consequência no custo efetivo total, ou seja, o financiamento se tornará mais caro para o mutuário”, explica o presidente da ABMH.

Ele ainda diz que é importante destacar que os aumentos da taxa de juros só podem impactar novos contratos. Já a inflação afeta os novos contratos e os já em vigor que possuem a correção do saldo devedor pelo IPCA.