Após um período de baixa das taxas de juros de financiamento habitacional ocasionado pela queda da Selic, as instituições financeiras passaram a aumentá-la gradativamente. A justificativa dada para isso é a variação da taxa Selic. Esta medida pode impactar na concessão de novos financiamentos.
O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, diz que o carro chefe do financiamento, tanto para o mutuário como para o banco, é a taxa de juros. “Para o mutuário, ela é responsável por ditar o quanto ele consegue de financiamento e quanto pagará a mais pelo valor emprestado. Para o banco, ditará qual será seu lucro naquela operação”, explica.
O advogado esclarece que quando a taxa de juros está mais baixa que as médias anteriores, significa que o mutuário conseguirá um financiamento mais barato e um valor a ser financiado maior. “A importância disso está relacionada ao quanto o mutuário consegue financiar”, aponta.
Como exemplo, Vinícius Costa diz que, para uma mesma renda mensal familiar, um financiamento com uma taxa de juros de 6,99% ao ano, além de mais barato, possibilita pegar um empréstimo maior. “Já um financiamento com taxa de 7,99% ao ano, além de gerar uma prestação mais cara para esta mesma família, fica ainda mais limitado o quanto o mutuário conseguirá pegar com a instituição financeira.”
Importante destacar que os contratos firmados antes do aumento da taxa pelas instituições financeiras não poderão ser revisados automaticamente pela instituição para aumentar a taxa. “Obrigatoriamente deverá ser empregada a taxa contratada pelo mutuário, exceto se houver alguma negociação em que expressamente o mutuário venha a concordar com a alteração da taxa de juros”, explica.