A segurança que os imóveis oferecem por não sofrerem desvalorização é um prato cheio para quem busca trabalhar com investimento. Isso porque, no Brasil, o déficit habitacional ainda é muito grande. Estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apontou, em 2019, eram necessárias 7,797 milhões de moradias para cobrir esse déficit. Porém, aos aventureiros que se interessam por esse tipo de investimento, é importante saber que nem sempre será vantajoso.

Uma das opções para esse investimento é comprar um imóvel na planta. Mas, realmente, é um bom negócio? Depende. Esta é a resposta do presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Regra geral, imóveis adquiridos na planta custam menos que o valor do próprio imóvel pronto, então tem-se a expectativa de que o valor agregado na construção será o lucro. Porém, esse lucro é visível se a aquisição for à vista. Do contrário, o investidor deve ter em mente que tudo que será pago para construtor de forma parcelada implicará em correção monetária e acréscimo de juros compensatórios, o que diminui lá na frente o lucro. Se envolver financiamento habitacional, a regra também vale”, explica.

Se a opção é a compra de imóvel pronto, ele pode ser recém-construído, venda direta com o proprietário ou até mesmo arrematação em leilão. Qualquer uma das operações pode ser benéfica se bem feita e analisada, conforme Vinícius Costa. “Contar com recursos próprios e com a sorte de venda rápida é o principal para obter um bom lucro nesse tipo de operação. No que diz respeito à aquisição em leilão, é importante que o investidor tenha em mente que a desocupação do bem fica a seu cargo, o que representa mais custo para toda a operação”, esclarece.

No final, a conta não é muito simples de fechar e nem sempre o lucro será aquele de 100% que todo mundo espera, como observa o presidente da ABMH. “As chances de um bom negócio gerar lucro quando o investimento é em imóvel é muito grande, mas essas chances têm de ser calculadas e traçadas antes da realização do negócio, ou o que era para ser lucro acaba virando prejuízo”, aponta Vinícius Costa.