O cenário econômico que se desenha no Brasil durante e após a pandemia da Covid-19 não é dos melhores. Mas se existe um setor que se sustenta e até consegue se reerguer com mais facilidade em meio à crise é o imobiliário. Prova disso foi a força demonstrada pelo em outros momentos críticos vividos no país.
Inúmeras situações influenciam o otimismo, ainda que moderado, no mercado de imóveis, como afirma o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Por se tratar de um setor que movimenta a economia de forma ampla, o governo e as instituições financeiras veem nele uma alternativa à recuperação da economia”, observa.
De acordo com o advogado, a fim de incentivar o setor e movimentar a economia, ao longo deste século, o governo federal vem buscando implementar projetos e medidas de incentivo à construção civil, e, em especial, voltadas para a habitação, como programas do estilo Minha Casa Minha Vida e redução de juros dos financiamentos, seja para construção seja para aquisição. “Ressaltando que a construção civil emprega grande contingente de pessoas, isso acaba gerando fluxo positivo de melhoria da economia e, com isso, a confiança do mercado se eleva”, lembra Vinícius Costa.
Outra ponta que também segura e eleva o mercado imobiliário são investimentos em imóveis de leilão. Com a crise afetando investimentos mais arrojados, o investidor acaba buscando nos imóveis uma forma de obter melhor rendimento e perder menos recursos. “Esses imóveis arrematados por investidores são locados ou revendidos, e no caso de revenda, quando feito por financiamento, volta a agitar o mercado de forma positiva”, conta o presidente da ABMH.
O setor da habitação tende a responder bem às crises, mantendo valores de mercado dos imóveis e, em alguns casos, se elevando, ainda que por pouco percentual, como destaca Vinícius Costa. “Mesmo que se espere o pior após a pandemia, certo é que o mercado imobiliário sempre demonstrou um bom enfrentamento de crise e se sobrepôs em diversas situações, razão pela qual mais uma vez podemos apostar que seria um ramo bom para novos investimentos financeiros e também uma boa base para se iniciar uma recuperação econômica do país .”