O investimento em imóveis no Brasil é uma boa alternativa, tanto para quem busca o aumento do patrimônio próprio para uso particular como aquele que procura uma forma de investimento. No entanto, em tempos de crise, é importante pensar se esse investimento, realmente, é a melhor escolha.
Antes do início da pandemia no Brasil, já havia sido anunciado pela Caixa Econômica Federal medidas de fomento do financiamento habitacional bem interessantes e que impactariam diretamente no quanto o mutuário pagaria ao longo do financiamento habitacional, como indica o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Financiamento atrelado ao IPC-A e taxa de juros mais baixos, bem como uma nova modalidade de juros pré-fixados sem correção do saldo devedor eram as novas frentes da Caixa para aumentar seu mercado do setor habitacional. As medidas são boas tanto para o investidor, que quer adquirir a casa própria, quanto para quem busca explorar uma revenda ou uma locação.”
No entanto, agora, com a atual crise provocada pelo coronavírus, é importante pensar antes de se tomar uma decisão. Afinal, ainda não se sabe a extensão exata de crise econômica que virá após essa crise de saúde mundial, especialmente quanto ao desemprego. “Um financiamento habitacional demanda solidez do mercado de trabalho, pois, como estamos falando de contratos de 20, 25, 30 anos, qualquer ponto que coloque em dúvida a estabilidade do trabalhador é capaz de afetar sobremaneira o investimento na aquisição de imóveis”, ressalta Vinícius Costa.
Segundo ele, a tendência é que a procura por novos imóveis sofra uma queda considerável, já que outras prioridades, como a própria saúde, estarão muito à frente. Por isso é que é importante o investidor pensar bem antes de imobilizar parcial ou totalmente seu capital em um imóvel. “Dispor de todo o seu recurso como forma de entrada em um financiamento da casa própria pode ser um prejuízo, caso a crise atinja o emprego do cidadão. Para quem pretende investir para revender ou alugar, pode não ser um bom negócio, diante da expectativa de crise do mercado imobiliário pós-pandemia”, analisa o presidente da ABMH.
Vinícius Costa destaca que a cautela nesse momento é o ideal a se ter antes de fechar um negócio. “Infelizmente um investimento que tinha caráter mais sólido passou a ser mais arriscado, pois não se sabe ao certo quando e qual a valorização de retorno que se terá para os imóveis após a crise.”