O mercado imobiliário tem um grande peso na economia e, dependendo da forma como a transação é realizada, todos os envolvidos – vendedor, comprador e instituição financeira – podem ganhar. Até mesmo o Estado lucra com a movimentação do setor habitacional, já que, para toda compra e venda, deve ser pago à prefeitura onde o imóvel está localizado o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Já quem vende com lucro, ou seja, por um valor mais alto do que comprou, vai pagar um im posto de ganho de capital para União.
Se você quer vender, inicialmente é necessário analisar como está o mercado na sua região, como orienta o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. Esta informação pode ser obtida em sites como o da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que divulga o Índice FipeZap de Venda Residencial e Comercial. Após esta identificação, caso as vendas estejam aquecidas, é preciso ficar atento, pois um bom negócio pode surgir a qualquer momento. “Já se o mercado está ruim ou se existe uma concorrência muito grande, para que o negócio seja rentável, o vendedor deverá buscar uma forma de conquistar o comprador. Isso pode ser feito com melhorias no imóvel, desconto no valor da aquisição à vista, maior flexibilidade no parcelamento, tudo isso com acompanhamento de uma assessoria competente. E ainda que o mercado não esteja muito bom, a venda do imóvel implicará em arrecadação de capital e cessação das dívidas do próprio bem (IPTU, condomínio, reparos)”, observa.
Para o comprador, caso o mercado esteja aquecido para vendas, a tendência é que os imóveis atinjam preços mais elevados. Neste caso, o negócio somente será bom se ele obtiver do vendedor vantagens que o atraiam para o negócio, como melhor condição de pagamento e benefícios no imóvel. Caso o mercado esteja ruim para venda, é hora de barganhar o preço do bem. “Um mercado desaquecido para vendas favorece aquele que pretende comprar com preços mais baixos, principalmente se o pagamento for à vista. Também pode ser considerado para o comprador um bom negócio arrematar imóveis em leilão, pois nele, regra geral, são vendidos por preços mais baixos que no mercado convencional, o que implica em aquisição para uso próprio mais acessível ou para revenda com possibilidade de margem de lucro maior”, analisa o presidente da ABMH.
Os bancos também ganham nessas operações por meio dos financiamentos habitacionais. “Mesmo com novas modalidades de financiamento e com taxas consideradas pelo mercado mais acessíveis, ainda assim, é possível que os bancos tenham um bom lucro, já que a negociação é segura (os imóveis garantem a dívida) e porque implicam em retorno do capital à instituição de forma mensal e com lucro elevado, em muitos casos, superior até 100% do valor emprestado”, explica Vinícius Costa.