O sonho da casa própria faz parte do imaginário de boa parte dos brasileiros. Mas há aqueles que não têm a aquisição de um imóvel como prioridade, não se importando nem um pouco em morar de aluguel. De maneira geral, é difícil dizer qual delas é a melhor opção, pois isso depende de fatores como tamanho da família, perspectivas profissionais, o endereço onde se quer morar pelo resto da vida e, claro, ter o dinheiro disponível. A questão financeira costuma pesar muito nessa escolha, porém ela não pode ser a única, pois, em casos de imprevistos, tanto um quanto outro são negócios jurídicos que envolvem contrato e produzem efeitos em caso de não cumprimento.
Compensa financeiramente comprar o imóvel ou vale mais a pena continuar no aluguel e investir o dinheiro? Dependendo da taxa de juros, há casos em que pode ser mais lucrativo ficar no aluguel e investir o valor do imóvel (ou pelo menos o da entrada) por um tempo. Com os rendimentos, pode ser possível pagar o aluguel e ainda guardar um pouco, quem sabe para comprar um imóvel melhor no futuro. Uma das formas de se descobrir isso é usar simulações on-line, como a disponível para cálculo do financiamento que está no site da Caixa, além de outros simuladores de rendimentos, tais como da poupança.
De qualquer forma, o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, avalia que, ao adquirir um imóvel, o primeiro reflexo positivo que se tem é de aumento de patrimônio. Além disso, o imóvel possui um baixo risco de perda financeira, pois no Brasil eles não sofrem uma desvalorização acentuada. “Mesmo diante de crises do setor financeiro, o valor de mercado dos imóveis tende a se manter estabilizado ou, se reduzido, a diminuição é bem baixa. Ter um imóvel é permitir que se faça as alterações que entende melhor e não correr o risco de ser despejado, além de saber que, se precisar de capital, esse bem pode servir como objeto de venda ou de refinanciamento”, conta.
Mas há um lado menos atraente da compra do imóvel, que é a imobilização do capital, ou seja, a pessoa deixa de ter dinheiro livre para movimentar. “Além do pagamento do financiamento com taxa de juros às vezes não tão atraente, responsabilidade com a estrutura do bem (realização de obras necessárias) e, no caso de não ocupá-lo, pagamento dos impostos e taxas, como a de codomínio, que recaem sobre ele”, aponta Vinícius Costa.
Já para quem pensa em alugar, a não aquisição significa ter dinheiro livre para circulação e investimento em outras áreas mais rentáveis, não se preocupar com a estrutura do bem e ter em algumas situações possibilidade de mudar de imóvel para outro que melhor se enquadre nas condições financeiras e no interesse do locatário. “O lado ruim fica com a possibilidade de despejo, com pagamento mensal de um valor que não retorna em patrimônio e a não agregação do bem ao patrimônio da pessoa”, diz o presidente da ABMH.