Um dilema comum para quem busca uma nova moradia: é melhor comprar ou alugar? A resposta que parece mais lógica é a aquisição do imóvel, já que o pensamento de muitos é que a locação é um dinheiro que se joga no lixo. Mas e o que se paga de juros para as instituições financeiras também não seria um dinheiro jogado no lixo? É necessário conhecer bem as duas alternativas antes de se decidir.

Um financiamento habitacional pode ser considerado um contrato de quase uma vida, como alerta o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Hoje é possível financiar em até 420 meses, o que representa 35 anos de vínculo com uma instituição financeira para poder liquidar a dívida do financiamento do imóvel”, aponta.

Segundo Vinícius Costa, o objetivo de quem faz um financiamento habitacional muitas vezes é quitar a dívida antes do prazo contratado, o que nem sempre é possível. Assim, o que se deve ter em mente é o tanto que se paga de juros pelo período do financiamento. “Pegando como exemplo uma taxa de 10% ao ano, a expectativa é que se pague algo superior a 200% do valor pego junto ao banco, valor este que talvez não se recupere em uma venda posterior do imóvel. Contudo, uma vez liquidado o financiamento pode-se dizer que agora aquele imóvel é parte integrante do patrimônio do mutuário e está livre e desembaraçado para uma venda.”

Já pensando pelo lado da locação, regra geral, é possível conseguir um preço menor de aluguel mensal que a prestação de um financiamento para o mesmo imóvel, considerando os preços praticados no mercado para essa operação. “Contudo, a locação tem como pontos negativos a possibilidade de venda do imóvel a terceiros e a necessidade de se ter um fiador ou qualquer outra forma de garantia da locação. Mas, por outro lado, os custos obrigatórios de manutenção não podem ser repassados ao locador, pois pertencem ao proprietário”, observa o presidente da ABMH.

De qualquer forma, tanto uma operação (financiamento habitacional) quanto outra (locação) possuem prós e contras, como aponta Vinícius Costa. “A questão é qual o peso de cada situação específica para o cidadão. O que não vai mudar, tanto para um quanto para outro, é a necessidade de se ter uma vida financeira devidamente organizada.”

Se a pessoa vive da locação e tem interesse em adquirir um imóvel, o importante é que ela saiba economizar para poder fazer a opção de pagamento à vista com recursos próprios sem precisar de financiamento. Caso possua um financiamento e não quer ver seu dinheiro ser jogado fora, precisa economizar para fazer amortizações periódicas do financiamento e com isso encurtar o máximo possível o tempo de devolução do capital para o banco. “A escolha de qual é a melhor opção passa obrigatoriamente pela vontade e pela condição financeira”, finaliza o presidente da ABMH.