Fonte: Folha de Pernambuco
Para Genildo Valença, diretor de políticas públicas da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), o ajuste foi positivo, mas a demanda que pressionou as mudanças nas regras de financiamento é maior no Sul e Sudeste brasileiro. “Qualquer concessão do sistema financeiro é bem vinda neste momento, mas o público consumidor destes produtos de luxo é bem reduzido no Nordeste. Existe, mas não é grande. Além disso, uma medida deste tipo vai ter repercussão a médio e longo prazo, não vai ser rápido”, afirma.
Segundo Valença, contudo, para quem quer comprar um imóvel para investir, o cenário ficou mais atraente, com os juros de até 12% no ano. “A questão é que vai agilizar a venda dos estoques desses produtos, mas também não temos grandes estoques destes produtos no estado”, completa. Um indicativo que o gestor está correto em sua análise é que grandes construtoras do estado, como a Moura Dubeux e a Rio Ave, que são especializadas no mercado de luxo, ainda não perceberam mudanças no consumo dos imóveis desse tipo.
Frederico Mendonça, professor da Universidade de Pernambuco (UPE), sócio da imobiliária Arrecifes e especialista em tendências de mercado imobiliário, é mais otimista e acredita que a medida incentivará um interesse da classe B por esses produtos de alto valor. “Ninguém gasta apenas o que tem para comprar um imóvel. É o investimento mais importante da vida da família então se o cara tem R$ 600 mil, ele quer um imóvel de R$ 800 e assim por diante. O que acontece agora é que esses apartamentos milionários ficaram mais acessíveis, por causa das novas condições”, comenta.
Para ele, porém, a nova regra deve ser estendida por tempo indeterminado, uma vez que cenário da construção civil só verá uma recuperação em 2018. “Tivemos em 2016 o pior ano do mercado imobiliário dos últimos 12 anos. Este ano, já conseguimos visualizar alguma chance de recuperação, mas todos estamos apostando em 2018.”
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