Fonte: G1 Campinas e região
O número de famílias que recebem auxílio-moradia em Campinas (SP) aumentou 53% em três anos. De acordo com a Secretaria de Habitação, em 2013, a Prefeitura disponibilizava o programa para 267 famílias, enquanto neste ano passou para 409. O benefício é usado para pessoas que precisaram ser retiradas de áreas de risco e ainda não estão inseridas em programas habitacionais. No entanto, o valor pago atualmente (R$ 371 por mês) não é o suficiente para custear o aluguel de outros imóveis.
A auxiliar de limpeza Michele Maria Rodrigues morava em uma ocupação na Vila Bacardi, mas foi retirada do local em maio após uma reintegração de posse. Sem conseguir arcar com os custos de outra residência, ela foi morar com a irmã. A família divide um espaço de dois quartos entre cinco adultos, quatro crianças e dois recém-nascidos. Eles nunca receberam o auxílio-moradia.
“A gente não recebe o auxílio mesmo pedindo para a Prefeitura. Eu fui retirada de onde eu morava e não recebo nenhuma ajuda da Prefeitura. Meus filhos ficam jogados, não têm moradia. É uma situação muito precária mesmo”, disse. Atualmente, a fila de habitação em Campinas chega a 35 mil pessoas.
Já Jucilene dos Santos morava às margens de um córrego, no Jardim Residencial da Paz, em Campinas. Há quatro anos, a casa foi demolida por estar em uma área de risco e, a partir daí, ela passou a receber o auxílio-moradia. Apesar disso, os R$ 351 reais por mês não foram o suficiente para pagar o aluguel e a auxiliar de cobrança voltou a ocupar o terreno onde vivia.
“O valor menor de um aluguel hoje em dia é R$ 500. Não tive alternativa a não ser voltar para o mesmo lugar e construir a casa de novo do jeito que deu. Não é a maneira que eu queria para o meu marido e meus filhos, mas foi a única alternativa para a gente conseguir sobreviver”, afirmou Jucilene.
O que diz a Prefeitura
A secretária de Habitação, Ana Amoroso, afirmou que o auxílio-moradia é um programa emergencial, precisa ser renovado todos os anos e serve como complemento para pagar um aluguel. Além disso, segundo ela, a Prefeitura tem uma área de 2 milhões de metros quadrados para moradias, mas até agora não existe prazo para a construção.
“O programa tem regramentos e tem que se enquadrar exatamente nesse regramento. Não é simplesmente uma pessoa que está em uma determinada área, mora com alguém e diz que precisa do benefício. Se fosse assim, a gente teria que dar auxílio-moradia para todo mundo”, explicou a titular da pasta.
O Executivo paga, atualmente, R$ 152 mil por mês de auxílio-moradia. A administração municipal ainda informou que, em quatro anos, foram entregues seis mil residências e pelo menos três mil lotes foram regularizados.