Fonte: Folha Vitória
O número de casas, apartamentos e salas comerciais em construção atualmente na Grande Vitória teve uma redução de 16,38% em relação a novembro do ano passado, chegando a 16.493. A quantidade se equipara ao que era produzido na região 10 anos atrás, quando 15.209 unidades estavam sendo construídas.
A constatação sobre o atual cenário da construção civil na Grande Vitória é do 30º Censo Imobiliário, realizado pelo Sindicato da Indústrias da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES). Para se ter uma ideia, a produção registrada em 2012, quando teve início a sequência de queda, era maior do que o dobro da atual, com mais de 35 mil unidades em andamento.
“Isso aconteceu por causa da crise internacional de 2008 e 2009 e também porque a partir de 2010, 11 e 12 o Brasil já não estava mais com uma perspectiva de crescimento do seu PIB tão grande como vinha sendo anteriormente”, explicou o diretor de economia e estatística do Sinduscon, Eduardo Borges.
Segundo o levantamento, o município que menos sofreu com a atual crise ou, pelo menos, que demorou mais tempo para senti-la foi Vila Velha, onde a maioria das unidades está sendo construída: quase 9 mil imóveis.
“É que Vila Velha é a cidade com a maior população do Estado hoje e uma cidade em que, até então, havia uma grande quantidade de terrenos para serem feitos os lançamentos. Além disso, a própria configuração do Plano Diretor de Vila Velha ajuda no desenvolvimento imobiliário”, frisou Borges.
Se por um lado a produção diminuiu, por outro as vendas permaneceram praticamente estáveis no mercado imobiliário capixaba, com uma leve queda nos últimos meses, por causa da alta dos juros e do crédito escasso. Apesar disso, os empresários da construção civil garantem que o melhor momento para investir é agora, já que a expectativa é de que os preços aumentem a partir do ano que vem.
Segundo eles, atualmente um apartamento de dois quartos e 70 metros quadrados, em Vitória, é vendido, em média, por R$ 446 mil. No ano que vem, esse mesmo imóvel deverá ter um aumento real de 12%, devido aos custos e à inflação.
“Esta é uma ótima época para comprar especialmente os imóveis em estoque. Os preços atuais devem continuar principalmente enquanto os estoques durarem e os empreendimentos mais antigos que estão terminando agora. Os novos empreendimentos naturalmente serão já com o preço um pouco mais caro”, ressaltou o presidente do Sinduscon, Paulo Baraona.
Ainda de acordo com a pesquisa da Sinduscon, este ano os apartamentos de dois quartos foram os mais vendidos, principalmente por causa do programa Minha Casa Minha Vida. Em 2017, 10 mil unidades devem ser lançadas pelo programa de financiamento do Governo Federal, com preços a partir de R$ 99 mil.
O presidente do Sinduscon afirma que esse cenário aponta para uma melhora da produção e para a volta gradativa dos 25 mil trabalhadores que perderam seus postos com a crise na construção civil.
“Os empresários estão fazendo o seu dever de casa, preparando novos lançamentos, alguns já lançando empreendimentos ainda timidamente, evidentemente. Mas em relação à área imobiliária, a gente acredita numa recuperação gradual”, disse.