Fonte: Jornal Nacional
A crise econômica e a queda nas vendas levaram as construtoras a criar estratégias para atrair quem quiser comprar um imóvel. A novidade agora é um leilão e a disputa é pelo cliente.
A Gisele Volpi está prestes a comprar um apartamento. “Eu queria que ele me conseguisse uma plantinha”, diz a engenheira civil
Tem um cômodo, que é sala e quarto, e mais um banheiro. São 21 metros quadrados que ela foi conhecer. “Adorei, amei”, conta. Mas compra fechada mesmo, só depois de um bom desconto.
“Quase 40%. Numa região boa. Isso é assim, inacreditável”, afirma Gisele.
A oportunidade que a Gisele conseguiu é reflexo da crise. As vendas de imóveis no Brasil este ano estão 11% abaixo do ano passado. O mercado tem 116 mil unidades à espera do comprador. E o estoque está tão alto que só o que está “na prateleira” é suficiente para mais um ano de vendas, sem lançar mais nada.
Pra desovar esse estoque, surgiram empresas como a que intermediou a venda do apartamento pra Gisele. Lá se faz uma espécie de leilão às avessas. Começa com o cliente: ele fala o que quer e quanto pode pagar.
“Ele diz quanto ele tem, qual o perfil do imóvel que ele precisa, e qual o tempo que ele tem pra mudar pra esse imóvel. Se precisa estar pronto, se pode estar em construção, e esse pedido é enviado pros 74 construtores”, explica o sócio-fundador da empresa Daniel Machado de Magalhães.
As construtoras respondem com suas ofertas, numa disputa pra oferecer exatamente o que o cliente quer. O sistema começou a funcionar em setembro.
Para este consultor, descontos como esses, do sistema de leilão, e os da Black Friday, por exemplo, anunciados neste mês, podem dar um alívio pras empresas e pro consumidor, desde que ele tome cuidado.
“Ele tem que estar atento, principalmente, a comprar um imóvel que tenha o registro de incorporação devidamente efetuado e que tenha segurança, e com isso, tenha segurança pra adquirir seu imóvel. Se ele puder ir a campo, procurar o seu produto, fazer uma boa proposta, ele vai conseguir fazer um grande negócio”, diz o diretor da Geoimovel Celso Amaral.