Alto padrão impulsiona primeiros sinais de reação do mercado na capital de Mato Grosso
Fonte: Construção Mercado
No entanto, com a recessão, a Plaenge ainda não fez nenhum lançamento neste ano. “Nós estamos nos preparando para novos empreendimentos e com uma expectativa de melhora para 2018 ou 2019. Hoje a nossa última entrega está programada para 2018”, explica Rogério Iwankiw, diretor regional do Grupo Plaenge, que pretende lançar um empreendimento neste ano, provavelmente em novembro.
Nenhuma construtora lançou qualquer imóvel na cidade em 2016, até agora. “Havia uma perspectiva de entrega de mais de quatro mil unidades neste ano. Parte está em atraso, algumas empresas estão empurrando para 2017. O mercado está esperando acabar com o estoque para voltar novamente a produzir”, explica o presidente do Secovi-MT.
O último empreendimento lançado pela Plaenge em Cuiabá foi o Splendore. Trata-se de um alto padrão com 100 unidades de 193 m² de área privativa a um valor médio de R$ 1,2 milhão. O empreendimento foi lançado em abril de 2015 e tem entrega prevista para outubro de 2018. O Valor Geral de Vendas (VGV) é de R$ 120 milhões. Segundo Rogério Iwankiw, a velocidade de vendas “está dentro da curva do esperado pela empresa”, que trabalha com o objetivo de vender todo o empreendimento durante a construção.
Apesar de também não ter lançado nada na capital matogrossense desde 2012, a Helbor Construtora, que trabalha com médio e alto padrão, também vê grande potencial no município. “Cuiabá está no nosso radar, é uma cidade que pretendemos dar continuidade”, explica o diretor de vendas da empresa, Marcelo Bonanata.
O último lançamento da empresa, em maio de 2012, foi o Reserva Bonifácia by Helbor, um empreendimento com unidades que variam de três a quatro dormitórios e ticket médio de R$ 650 mil. Os apartamentos se dividem em duas torres, com um total de 160 unidades, em que 60% foram comercializadas até o fim de setembro.
Aprovação de projetos
Segundo os empresários e entidades consultados para esta reportagem, Cuiabá passa atualmente por dois problemas referentes à aprovação de projetos: a distribuição de água e esgoto e a demora na aprovação. No primeiro impasse, a concessionária CAB Ambiental, responsável pela concessão, foi acusada de diversas irregularidades por parte das construtoras e também da prefeitura. Após muita discussão e reclamação, em julho a Justiça determinou a anulação da licitação e do contrato.
“Tem muito empreendimento que foi lançado e estava em execução, quando a CAB Ambiental chegou e disse que não levaria água para lá. Várias regiões pararam para o mercado e perdeu-se o pico do mercado imobiliário”, afirma Marco Pessoz, presidente do Secovi-MT. Quanto à demora de aprovação, há casos em que a espera pode chegar até dois a três anos, no caso de projetos maiores. Para acelerar o processo, a prefeitura prepara uma liberação de alvarás digitalmente, onde projetos com até 750 m² sairão em até 48 horas. “Com isso, a prefeitura vai checar o uso e ocupação, não tem que ficar vendo se o tamanho do banheiro está certo ou errado. A responsabilidade passa a ser do engenheiro, do arquiteto, do executor”, explica Paulo Bresser, da Gerencial Construtora. O projeto estava previsto para ser lançado no final de setembro.