Fonte: UOL Economia
SÃO PAULO – 2016 tem sido um bom ano para investidores em diversos mercados. O de ações sobe forte, com o Ibovespa marcando alta de praticamente 50%, títulos de renda fixa atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de prazo mais longo também marcam altas expressivas e o mercado de fundos imobiliários não ficou para trás: o IFIX, principal índice do setor, marca alta de mais de 30% em 2016 até o momento.
Seria esse o momento de realizar os lucros e sair dos fundos imobiliários? Na opinião do diretor de Fundos Imobiliários da Kinea Carlos Martins, não. “Eu não acredito em grandes realizações no mercado imobiliário para o momento, ele pode andar ainda mais”, crava o executivo.
Carlos explica que essa forte alta dos fundos imobiliários em 2016 foi puxada especialmente pela expectativa de que o Banco Central fosse cortar a taxa básica de juros no país, o que acabou acontecendo no dia 19 de outubro, quando ela foi de 14,25% ao ano para 14%. O desempenho do mercado dos FII é muito relacionado com a Selic: quando a taxa básica de juros cai, eles sobem.
O executivo da Kinea comenta que, sim, podem existir pessoas que decidam embolsar o lucro nesse momento, mas com um cenário de melhora na economia brasileira, que é esperado pela grande maioria dos analistas, a tendência é o mercado imobiliário se aquecer mais. Isso beneficiaria especialmente os fundos que dependem de alugueis do aluguel de suas propriedades.
Quanto ao mercado de cada região, ele aponta que prefere o investimento na cidade de São Paulo, no momento. “É onde existe o mercado mais diversificado do país, com maior procura de companhias. Outros mercados como o Rio de Janeiro, por exemplo, acabam sofrendo mais em momentos como o atual”, diz.
Em relação ao desempenho mais fraco dos FII antes de 2016, Carlos aponta que há uma grande relação com a deterioração no cenário interno do país e ciclo de alta de juros. “É uma indústria jovem, o investidor de modo geral ainda conhece pouco e acabou passando por um estresse. Mas é uma indústria muito pouco alavancada e por isso não ocorreram maiores problemas. Quem aguentou as quedas no passado, agora está vendo uma boa valorização”, relata.
Mais comunicação
Outro ponto importante destacado pelo executivo é a ICVM 571, instrução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que muda a dinâmica do mercado em relação ao acesso à informação que os investidores passam a ter, que tende a ser muito mais amplo agora e pode estimular a presença de investidores ativistas, além de auxiliar o pequeno investidor pessoa física.
O diretor da Kinea destaca o caráter muito voltado para o investidor pessoa física que queira uma renda mensal com seus investimentos que o fundo imobiliário proporciona. Uma das principais vantagens desses fundos nesse sentido é a isenção de imposto de renda sobre seus rendimentos.