Saiba como realizar esse sonho sem frustrações e prejuízos

Com ou seu crise, a compra de um imóvel é fator decisivo para brasileiros que sonham em ter um lugar para chamar de seu. Talvez o maior negócio que a pessoa vai realizar em sua vida, a aquisição da casa própria requer alguns cuidados, a fim de se evitar surpresas desagradáveis, frustrações e grandes prejuízos, como alerta a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).

A fim de se evitar que isso ocorra, o primeiro passo é verificar o valor do imóvel a ser adquirido, como orienta o presidente da instituição, Lúcio Delfino. De acordo com ele, se o comprador não tem condições de efetuar a compra com recursos próprios e/ou FGTS, é necessário verificar qual valor máximo poderá ser financiado, levando em consideração a renda familiar. “Para isso, o comprador pode solicitar uma simulação na instituição financeira de sua preferência. Dois detalhes são importantes: não comprometer mais de 20% da renda familiar com o pagamento das prestações e optar pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual o mutuário paga menos juros ao final do prazo do financiamento”, completa.

Tendo em mente o valor máximo do imóvel, o candidato à casa própria precisa definir quais são as reais necessidades de sua família, para, em seguida, fazer a escolha do imóvel. Neste momento, é necessário considerar o número de quartos e vagas de garagem, localização, custo com manutenção, taxa de condomínio e o valor do IPTU que deverá ser pago. “Após a escolha, é importante conhecer bem o imóvel antes de assinar o contrato, visitando-o em horários diferentes do dia para conhecer a realidade do local, tais como o trânsito, a segurança e a vizinhança”, aconselha Delfino.

O presidente da ABMH diz, ainda, vale perguntar aos moradores locais sobre odores, desapropriações, vazamentos, desabamentos e inundações. Considere também a valorização futura, valor de revenda e posição do imóvel em relação ao sol. “É interessante que cada um dos futuros moradores faça o trajeto entre o imóvel e local de suas atividades nos horários que correspondem ao seu dia a dia. O trânsito costuma ser um dos principais problemas enfrentados por quem mora em regiões mais distantes ou que não contam com meios de transporte eficientes”, observa.

Quando se tratar de imóvel novo, na planta ou em construção, Delfino aconselha, ainda, que sejam consultados órgãos de defesa do consumidor, como o Procon. “Sites como o Reclame Aqui também podem ajudar nesta busca. Por meio deles, é possível tomar conhecimento sobre problemas com a entidade incorporadora, construtora ou vendedora”, indica o presidente da ABMH.

Além do valor do imóvel – Um erro muito comum ao adquirir a casa própria é se esquecer das despesas extras, que vão além do preço da compra e venda. “O comprador deve lembrar que terá gastos com mudança, instalações elétricas e hidráulicas, eventual compra de móveis e eletrodomésticos, decoração, tributos, custas cartorárias, entre outros”, aponta Delfino.

No caso de imóvel usado, é comum que necessite de reformas antes de receber os novos moradores, conforme o presidente da ABMH. “Por isso, é importante fazer uma avaliação prévia do custo dessas intervenções, contando com a ajuda de um profissional habilitado. Embora pareçam detalhes, é bom colocar tudo na ponta da caneta antes de assinar o contrato, evitando surpresas desagradáveis e, até mesmo, a inviabilidade do negócio.”

Ainda antes de assinar o contrato, é importante verificar a documentação referente ao imóvel e aos vendedores, para ter certeza de que não há pendências e/ou impedimentos e que os vendedores são os reais proprietários. “No site da ABMH (www.abmh.com.br), é possível baixar gratuitamente a Cartilha da Casa Própria. Nela, há uma relação de documentos que devem ser exigidos, além de outras orientações para quem pretende comprar um imóvel, seja usado, novo ou na planta”, informa Delfino.

Por último, é importante ler e entender o contrato de compra e venda (ou promessa/compromisso de compra e venda), além de consultar um especialista no assunto, antes de assiná-lo. “Verifique se tudo que foi prometido, verbalmente ou por material publicitário, consta do contrato. Na hipótese do imóvel novo – na planta ou em construção –, fique atento aos índices de correção monetária incidentes sobre os saldo devedor e parcelas futuras, e guarde todo e qualquer material publicitário referente à unidade e ao empreendimento, inclusive aqueles divulgados de forma virtual”, orienta o presidente da ABMH.